quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Estudo? Diferença?

           Sempre fui muito devagar diante de críticas e depreciações. De certa forma, é uma ferramenta boa para que eu não perceba o escárnio, e a má recepção que existem nas relações.
           Na primeira "Conferência Pastoral" (termo que eu havia aprendido no Distrito Uruguai, lugar de meu estágio, cheio de pastoras que mexiam na linguagem) fui alertada que ali era "conferência de pastores". Era uma "PfarrConferenz" - PC - o que brincava com o termo "Partido Comunista" e trazia lembranças de gente que havia brigado contra a ditadura.
            Ok, isso parecia ser importante e achei legal a definição política da colegada.
            Só que, quando iam falar nas comunidades, a brincadeira era desfeita, e era dito com todas as letras que as reuniões eram "Conferências de Pastores".

             Riso engolido, minha fala também, já que nem de longe me incluíam na definição das reuniões.


Ao mesmo tempo que me queria reconhecida, me sentia traidora explícita das esposas de pastores, que haviam assumido a missão de "Fraupfarrer" nas comunidades, eram chamadas de pastoras algumas vezes, e eu ali... querendo ser diferente delas... de mulheres que acreditavam na mesma missão que eu... de mulheres que tinham uma perspectiva de trabalho semelhante ao que eu havia construído: convivência, testemunho, confissão de fé no cotidiano.
           De certa forma, conhecer essas "Fraupfarrer's" me ajudou a construir um pastorado muito mais dialogal, muito menos detentor de poder - coisa que eu também tinha conhecido em outras "esposas de pastores" que gostavam de ostentar um status quo que eu nunca entendi de onde viera.

Margarete Emma Engelbrecht , hoje em Niterói, RJ - pastora



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